segunda-feira, novembro 28, 2005

Take 21

Há quem diga que temos um destino traçado, uma sina para cumprir, um fado para viver, talvez... Talvez tenhamos uma história contada, talvez sejamos apenas peões do tabuleiro de jogo de alguém, talvez sejamos um sonho, talvez sejamos meros actores de uma peça escrita, projectada para nós...

E é a pensar na vida como uma peça de teatro que lembro e recordo, com carinho, com tenura, com saudade, são actos que não voltarei a repetir, são cenas que não voltarei a gravar, são cenários onde não voltarei a estar, são actores com quem não voltarei a contracenar...

E dou por mim a olhar para trás, a ver o sketch dos meus 3 anos de secundário...

Foram tantos os actores, desde figurantes a principais, com secundários pelo meio, mas todos eles com o seu propósito; agora vejo, entendo, mesmo aqueles que eu julgava figurantes, dispensáveis ao meu crescer, mesmo esses tinham o seu papel para interpretar, mesmo quando me faziam cair ajudaram-me a chegar mais alto... esses, com o avançar da peça foram sendo substituídos, os principais esses mantêm-se, podem-se ausentar durante algumas cenas, até durante alguns actos, sejam os actos de meses ou anos, mas voltam, voltaram... É a esses actores que eu devo aquilo que sou, foi a contracenar com eles que cresci, fosse a rir ou a chorar, a festejar ou a estudar, a apoiar ou a ser apoiada, foi com eles que moldei a personalidade que hoje tenho, foi a cair, foi a saltar, foi com vocês que aprendi a ser o que sou e como sou...

E continuo a fazer de espectadora da minha própria peça, foram tantos os cenários, tão diversos, tão perto, tão longe, tão marcantes, tão banais, mas em cada um deles um acto, uma mudança, em cada um salta aquele pormenor que faz recordar toda a cena... a ‘fotossíntese’ que nos acompanhou durante três anos, aquele banco em New Malden e tanta imaginação em redor dessa cena, o McDonald’s e todas as decisões ali tomadas, os desaparecimentos repentinos para a praia, os jantares no ‘chinês’, a confusão em Faro, a caracolada na garagem, o acampamento final...

Cada cenário com o respectivo guião... as suas cenas ... os seus actos ... os seus actores... e ao longo de toda a peça que bem que sabe descobrir que alguns elásticos não se partem, afinal há coisas que nunca mudam...

...e talvez sejamos nós próprios a escolher esses actores, os actos, as cenas, os cenários; Gosto de acreditar que sou eu que dia-a-dia escrevo a minha história, na minha vida a guionista sou eu!!

4 comentários:

Anónimo disse...

Sra Veterana!!!!!! :)

esse texto está qualquer coisa d muito interessante...;) por acaso é 1 ideia k tb m entretenho a imaginar... nem sempre dentro desta metáfora d teatro k tão bem articulaste, mas... dentro do facto d ser eu a escrever a minha peça.... ou d ela já estar escrita para eu interpretar...

geralmente penso k é 1 pouco d ambas as situações.... digamos k há 1 rascunho de vida... eu dou os detalhes finais qdo faço... as minhas escolhas! :)

Parabéns pelo texto, e por + 1 img magnífica! bom-gosto 10! ^.^

fika bem.......***caloirita***

Maggie disse...

Ao ler as tuas palavras, que dizem tanto, tomo consciência do grande porquê da minha alegria recente... Durante estes últimos 4 anos julguei-me, e senti-me, presa nas consequências de umas quantas decisões erradas mas, apesar de infeliz, resignei-me, e acabei por aceitar aquele que pensei ser o meu destino. Mas este mês, ao retomar contacto com ou 3 pessoas, senti-me renascer, pois percebi que sempre tive afinal o "destino nas minhas mãos, só não bastava querer com muita força, era preciso ser capaz de transformar esse querer em gestos reais. E mais uma vez, como em tantas outras guardadas em memória, tu estiveste lá...

Anónimo disse...

olah!!!!!!!
hj tou pokinho tempo para ler os textos, mas keria mesmo deixar.te aki um beijinho, pk akilo k li, gostei muito :) vou voltar para ler tudo c mais atenção...
jokitas.

Mirth disse...

A nossa vida é marcada por um conjunto de fases que nos moldam a personalidade. A nossa história é de facto marcada por um guião que sim, somos nós a escrevê-lo, mas dentro de imprevistos que nós realizadores e actores temos de saber dar a volta para que toda a história faça sentido!

Há momentos das nossas peças já encenadas que nos marcam, que nos formam, a cada passo mais um traço a ser vincado da nossa personalidade, do nosso "eu", da nossa maneira de estar.. e de facto a fase do secundario, tem um papel super importante na vida de toda a gente! conhece-se pessoas, cada uma com a sua personalidade, a sua maneira de estar, convive-se e pensa-se de uma maneira mais concreta no futuro, faz-se amizades daqueles que nem nos apercebemos q são as verdadeiras mas que muitas vezes, a meio do guião voltam a entrar como actores principais na nossa peça!! As intrigas e brigas, as histórias para contar, a responsabilidade que ainda está para pesar, tudo isso faz dessa altura uma marca num só momento.. a adolescência..

Beijinhossss, gostei muito do texto, diz realmente tudo o que penso em palavras fofinhas lol :P